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A medicina aprova a hipnose

Hospitais do Brasil e do Exterior usam o método no tratamento de sintomas de doenças como câncer, asma ou insônia.

Os sintomas da tensão pré-menstrual levaram a promotora de eventos Luciene Costa, 40 anos, a buscar a ajuda do médico hipniatra Osmar Colás, da Universidade Federal de São Paulo.

hipnose

Primeiro foi a acupuntura. Agora, é a vez de a hipnose ser finalmente reconhecida e adotada pela medicina. O método começa a figurar entre o arsenal de recursos oferecidos por instituições de renome no mundo todo. É usado, por exemplo, no Memorial Sloan- Kettering Cancer Center e no M. D. Anderson Cancer Center, dois dos mais importantes centros de tratamento e pesquisa da doença, para diminuir efeitos colaterais da quimioterapia, como a fadiga e a dor. Também é utilizada no Hospital de Liège, na Bélgica, como opção de analgesia. No Brasil não é diferente. Já faz parte da rotina de serviços de primeira grandeza como o Hospital A. C. Camargo, de São Paulo, especializado na luta contra o câncer, e ganhou espaço no Hospital das Clínicas de São Paulo (HC/SP), a instituição que serve de escola para os estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). As indicações também são amplas.

Só para citar algumas, além do câncer: dor crônica, transtorno do pânico, asma, tensão pré-menstrual, enxaqueca, analgesia em procedimentos dentários, alergias, problemas digestivos de fundo nervoso, fobias e insônia.

Esta entrada definitiva da hipnose pela porta da frente da medicina não ocorreu por acaso. O movimento está sustentado por uma gama de estudos comprovando sua eficácia nas mais variadas enfermidades. Um dos mais recentes foi conduzido na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e provou que o método pode ser usado com sucesso no diagnóstico de crianças com epilepsia. Os cientistas queriam saber se as oito participantes tinham mesmo crises da doença ou manifestavam os sintomas – muito parecidos com os provocados pela enfermidade – por causa de outros fatores, como stress profundo. Eles levaram as crianças a um estado hipnótico e as fizeram imaginar que estavam tendo uma crise. Enquanto isso, elas eram monitoradas por aparelhos de exame de imagem. Em todas, as áreas ativadas durante o transe não foram as tradicionalmente associadas à epilepsia. A conclusão foi a de que as crianças de fato não tinham a doença. Agora, os cientistas querem ensinar os pequenos a evitar as crises usando a hipnose.

Outro trabalho de resultado expressivo foi apresentado no congresso do Colégio Americano de Pneumologia, realizado no final do ano passado nos Estados Unidos. Coordenado por médicos do Massachusetts General Hospital, o estudo revelou que pacientes hospitalizados com doenças cardíacas submetidos a apenas uma sessão de hipnose tinham maiores chances de vencer a luta contra o tabagismo após seis meses do que aqueles que usavam adesivos para repor a nicotina. “Constatamos que a hipnoterapia está entre as melhores opções terapêuticas contra o cigarro”, afirmou Faysal Hasan, líder do trabalho. No Beth Israel Deaconess Medical Center e na Faculdade de Medicina de Harvard (EUA), pesquisadores constataram que a técnica tornou mais confortável e menos dolorosa a realização de biópsia de nódulos de mama. “A hipnose ajuda muito a diminuir o stress das mulheres que precisam passar por essa experiência”, disse Elvira Lang, professora de radiologia de Harvard. No Brasil, as pesquisas sobre os possíveis benefícios também começam a proliferar. Na Faculdade de Medicina da USP, campus de Ribeirão Preto, os médicos verificaram seu efeito como terapia auxiliar contra a dor de cabeça persistente. “Os resultados foram muito promissores. A hipnose pode ser um tratamento coadjuvante nesses casos”, afirma o neurologista José Geraldo Speciali, professor do departamento de neurologia da universidade.

mente em ação

Conclusões como essas estão motivando investigações mais profundas sobre os mecanismos pelos quais o método produz resultados. A explicação mais plausível obtida até agora é a de que a hipnose provoca modificações profundas no funcionamento do cérebro, alterações essas documentadas por exames de imagem precisos e sofisticados. Os achados derrubam por terra, de vez, a associação equivocada da técnica com algo místico, esotérico. Não é nada disso. Hoje, o conceito médico de hipnose é claro: trata-se de um estado alterado de consciência induzido por profissionais capacitados. Nesse estado, há mudanças nos padrões das ondas cerebrais e várias estruturas do órgão são ativadas com maior intensidade, em especial as relacionadas à memória e às emoções.

O objetivo é atingir um nível máximo de atenção para extrair da mente o que for preciso para ajudar no tratamento, aproveitando que as condições cerebrais obtidas deixam o paciente com maior abertura para ser sugestionado. “A pessoa desvia a atenção dos estímulos externos e a crítica diminui. Ela passa a entender e aceitar melhor as sugestões dadas pelo hipnólogo”, explica o médico Osmar Colás, coordenador do grupo de estudos de hipnose do departamento de psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Um trabalho muito interessante comprovou quanto os indivíduos de fato ficam abertos à sugestão, chegando a enganar o próprio cérebro nesse processo. O neuropsicólogo Stephen Kosslyn, da Universidade de Harvard, induziu voluntários hipnotizados a enxergarem cor em um painel totalmente cinza. Nos exames de imagem, verificou que as áreas cerebrais ativadas foram exatamente as acionadas para a percepção de cores variadas. “Isso prova que o cérebro se comporta de acordo com as sugestões”, afirmou o cientista à ISTOÉ.

Um exemplo prático desse processo pode ser visto nos passos tomados para o tratamento da dor. “É preciso fazer com que o paciente saia do foco da dor. Por meio da hipnose, ele deve ser levado a se concentrar em estímulos de relaxamento e sensações prazerosas, fazendo com que se esqueça o máximo possível da sensação de desconforto”, explica a psiquiatra Célia Lídia Costa, do Hospital A. C. Camargo. Mas essa não é a única possibilidade. “Pode-se modificar a percepção de uma dor intensa para uma sensação de peso ou formigamento ou reduzir o tamanho da área dolorida para apenas uma parte”, diz o clínico e psicoterapeuta João Figueiró, do Centro Multidisciplinar de Dor do HC/SP. De acordo com David Spiegel, pesquisador do Instituto de Neurociência da Universidade de Stanford, a alteração no entendimento do que ocorre também traz outro benefício, além de maior conforto: “O método reduz a ansiedade que normalmente acompanha os episódios de dor”, afirmou o cientista à ISTOÉ. Um alerta importante: os profissionais sérios jamais tratam dores cujas causas não tenham sido identificadas.

Contra as fobias, o mecanismo de mudança do entendimento é o mesmo. “Se a pessoa tem medo de avião, peço que se visualize em um aeroporto entrando na aeronave. Ela vivenciará esse momento de forma nítida e sem medo”, diz o psicólogo José Roberto Leite, da Unifesp. No caso de sua aplicação para tratar o stress pós-traumático, o objetivo é ajudar o indivíduo a modificar sua visão do evento responsável pelo trauma – um assalto, por exemplo. “Procuramos dar um novo significado ao que aconteceu, para que a sensação de medo ou ansiedade associada ao fato não apareça mais”, explica o médico Luiz Carlos Motta, presidente da Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria. O treinamento constante permite que o indivíduo aprenda a se autohipnotizar nos momentos necessários para superar as situações desencadeantes dos problemas.

hipnoseO momento atual da hipnose marca uma virada importante para uma ferramenta cuja história foi pontuada por altos e baixos. Um dos primeiros registros de sua utilização é na Antigüidade, pelos egípcios. No entanto, o olhar mais científico só começou no século 18, com pesquisas feitas pelo médico austríaco Franz Mesmer. No século seguinte, o inglês James Braid definiu o transe como um “estado de sono do sistema nervoso”. Por isso, cunhou o termo hipnose, que vem do grego Hypnos, o deus do sono. Posteriormente, porém, Braid se arrependeu da criação ao verificar que hipnose e sono são coisas diferentes. No século XX, o austríaco Sigmund Freud, o criador da psicanálise, usou o recurso no tratamento da histeria, mas o abandonou. O resgate da técnica só veio anos depois, na Primeira Guerra Mundial, como opção de analgesia durante cirurgias realizadas nos campos de batalha.

Durante todos esses anos, entretanto, charlatões se apropriaram do método e o usaram como um rentável atrativo para shows em circos e programas de televisão. Infelizmente, para muita gente essa ainda é a idéia de hipnose. No entanto, basta conhecer um profissional sério e que usa a técnica com finalidade médica para esquecer a imagem caricata de um hipnotizador de aparência exótica, capaz de transformar seu paciente em um zumbi. Primeiro porque o pêndulo deixou de ser o instrumento preferido da maioria dos médicos. Hoje, grande parte das induções é feita por meio de relaxamento dirigido por palavras ou toque em pontos específicos da face, entre outras técnicas (usam-se ainda, é verdade, recursos como um pingente de cristal, nos casos em que o paciente responde bem a estímulos visuais). Outro equívoco é imaginar que qualquer um pode ser hipnotizado de uma hora para outra, mesmo contra sua vontade. “Pessoas muito sensíveis podem entrar no estado hipnótico sem perceber, mas é raro. Normalmente, quem não quer, resiste, e não entra em transe. Além disso, aquele que deseja sair do estado hipnótico pode demorar um pouco, mas consegue”, diz o médico Colás.

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Sessões de hipnose ganham cada vez mais adeptos

Estado de consciência alterada promete melhorar ejaculação precoce e até passar em concurso público.

Se a palavra hipnose do título fisgou o caro leitor, a ponto de fazê-lo ler neste segundo esta exata linha, é provável que seu cérebro já tenha gerado duas imagens específicas. Alternativa A: num cenário em tons de sépia, um sujeito com ar distinto balança um pêndulo para uma mocinha acomodada num divã, dizendo que ela está “com sooono” e que “suas pálpebras estão ficando cada vez mais pesadas”. Ou possibilidade B: um homem com sotaque hispânico faz um interlocutor em estado zumbi imitar uma galinha, diante de gritos histéricos de uma plateia embasbacada. É verdade que essas duas cenas povoam da literatura aos filmes de Hollywood, passando, é claro, pelos programas de TV. Mas, depois de uma semana de conversas com especialistas sobre experiências de estado de consciência alterada, é possível cravar que a hipnose passa a léguas de distância desse imaginário burlesco.

E ela está por todos os lados. Há dentistas que prometem maravilhas sem anestesia, cursos de auto-hipnose para passar em concursos públicos, hipnose para emagrecer, para falar inglês, largar o cigarro (revistas de fofoca dizem que Brad Pitt é adepto fiel) e até uma rede de hipnose que promete resolver quase qualquer agrura em cinco sessões. Mas, antes de correr para o telefone mais próximo, é preciso entender o que é hipnose. A explicação mais simples prega que é um conjunto de técnicas usadas por diversos profissionais, que colocam o hipnotizado num ponto que fica no meio do caminho entre a vigília e o sono. Uma vez nesse estado alterado de consciência, o paciente pode receber sugestões, geralmente terapêuticas, de acordo com o seu objetivo. A lógica é a de que, quando se está nesse transe hipnótico, as defesas caem e a mensagem “cola” no cérebro com mais eficiência do que se a pessoa estivesse totalmente alerta.

Os psicólogos Wellington Zangari e Guilherme Raggi fundaram em 2014 o Grupo de Estudos de Hipnose e Estados Alterados da Consciência do Inter Psi, que funciona no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Por enquanto, eles não fazem pesquisas clínicas, mas estão coletando dados para saber o que as pessoas pensam sobre a técnica.

— Este é um dos campos mais controversos da psicologia. Até a década de 1940, acreditava-se que pessoas com menos escolaridade, crianças e mulheres eram mais suscetíveis. Hoje, já se sabe que isso tem mais a ver com as caraterísticas da personalidade, como as que definem se você é extrovertido ou introvertido. Pessoas com maior capacidade de atenção, meditadores e quem tende a sonhar acordado têm mais facilidade — explica Raggi, que também é mestrando no assunto.

A literatura médica diz que 80% da população são capazes de entrar em estado hipnótico, 10% são muito propensos e o restante, simplesmente, não é passível de ser hipnotizado. O que os especialistas pregam é que o paciente tem plena noção de tudo o que está acontecendo durante o processo e que é ele o responsável pelas mudanças que se sucedem — o hipnotizador apenas conduz o processo. Como quem aparece procurando um tratamento desses, provavelmente, quer muito que a coisa funcione, as chances de dar certo são praticamente garantidas.Há uma semana, por exemplo, um grupo de dez pessoas passou um sábado de sol num consultório fechado a algumas quadras da Praia de Copacabana, para aprender com a psicóloga Miriam Farias a arte da auto-hipnose. Durante três horas, ela mostrou a cartilha de como entrar em transe e ditou comandos positivos para combater ansiedade e estresse e melhorar a memória, a atenção e a concentração. Tudo ao som de uma música new age, com contagem regressiva e comandos numa voz monótona, que parecia sair de uma vitrola tocada em velocidade baixa. A recomendação era que o ritual, gravado nos celulares dos alunos, fosse treinado em casa.

Técnico do Ministério Público, Alexandre Martins frequenta cursos de auto-hipnose desde 2007 para se preparar para concursos públicos. Ele diz que sempre teve problemas de concentração, como chegar no meio da página de um livro e não lembrar do que estava escrito. Hoje, toda vez que se pega numa situação assim, para o que está fazendo e entra em transe por alguns minutos. Martins, obviamente, não vai ficar mais inteligente desse jeito — assim como alguém que come um leitão no jantar não irá perder peso usando somente essa técnica —, mas a hipnose, segundo Miriam, irá ajudá-lo a ficar mais compenetrado com o seu objetivo. O mesmo princípio se aplica em tratamentos que vão da dor crônica a ejaculação precoce, passando por anestesias sem medicamento.

A doutora Elenira Domiciano, por exemplo, é amada pelos aflitos que sofrem do mal da fobia de dentista. Há 20 anos, ela faz hipnose em seus pacientes para que eles percam o medo de entrar em seu consultório, mesmo que, para isso, sejam necessárias oito sessões apenas para passar da porta da sala de espera. Elenira já atendeu gente que não ia ao dentista há duas décadas, extraiu uma centena de dentes sem anestesia, estancou hemorragias na base da palavra e diz que, assim, a cicatrização é bem mais rápida: cerca de dois dias a menos de sofrimento.

O cérebro é movido a sugestões e isso acontece o tempo todo, sem você perceber. A Igreja e os grandes oradores fizeram isso muito bem. Todos esses fenômenos paranormais são efeito de auto-hipnose. É um superpoder — diz ela.

Dá para entender por que a anestesia hipnótica funciona com a pesquisa de Derbyshire, Whalley, Stenger e Oakley (2004). Eles separaram três grupos de pessoas: nas mãos do primeiro, colocaram estimuladores térmicos que chegavam a 50 graus; para o segundo, pediram para que imaginassem que estavam recebendo o mesmo pulso; e o terceiro foi hipnotizado e convencido a sentir o calor. A ressonância magnética mostrou que os hipnotizados tiveram ativamento cerebral muito parecido com o das pessoas com a dor real. E nenhuma delas era comparável ao das pessoas que só imaginaram o calor. E é aí que está o sucesso do negócio.A Rede Clínica da Hipnose ilustra bem como o mercado anda. Fundado em Curitiba há três anos, o consultório fez tanto sucesso que virou uma rede, desmembrada em dez unidades pelo Brasil, em um ano e meio. Os dois primeiros do Rio devem ser abertos em sistema de franquia neste ano (um deles na Barra, em dois meses). Em três salas de 40 metros quadrados, os hipnólogos formados na escola montada pela rede tratarão das mazelas dos pacientes em cinco sessões, com base em um método criado pelo dono da rede, o hipnoterapeuta Alessandro Baitello. No primeiro encontro, o paciente responde um questionário de 50 perguntas e nos seguintes, o tratamento é continuado com a hipnose. Segundo Baitello, dos cinco mil pacientes cadastrados, 93% obtiveram resultados.

Quem jura, no entanto, que foi Joana D’Arc na outra vida ficará decepcionado em saber que o limite das sessões de regressão se limitam à vida uterina, garantem os especialistas. O psicólogo João Oliveira, que atende em Copacabana, diz que o que acontece com frequência é o paciente imaginar toda uma vida de outra encarnação e descobrir, no final, que aquela persona é uma mistura de um personagem com alguém real, conhecido nos primeiros anos de vida. Para acessar esse passado remoto, Oliveira faz uso de uma cadeira específica que se assemelha a uma poltrona de massagem. À medida que ela vibra e emite luzes que lembram o filme “Laranja mecânica”, o psicólogo guia a viagem com um microfone. Reza a lenda que versões dessas cadeiras eram usadas para moldar supersoldados durante a Segunda Guerra.

Cada conselho (de medicina, odontologia, psicologia e fisioterapia) regulamenta a prática da hipnose em seu próprio campo desde os anos 1990. Apesar disso, não precisa ser profissional para aprender hipnose, nem que seja para dar aquela impressionada nos amigos na noite de sexta-feira (até o WikiHow, braço do Wikipedia, tem um manual de como hipnotizar alguém em 20 passos). O que não deixa de ser perigoso.

O hipnólogo uruguaio Fábio Puentes — que, além de impressionar todo mundo na TV com seu bordão “dorme, dorme, dorme”, ensina voluntariamente auto-hipnose para pacientes com dor do Hospital das Clínicas, em São Paulo — lembra de alguns casos, no mínimo, curiosos, como o do ladrão que hipnotizava caixas de banco na Itália.

— Se eu disser “tire a roupa”, você não vai tirar. Mas se eu disser “você saiu da academia e vai tomar um banho”, o que você acha que acontece? A reação se dá se eu der um guardanapo para a caixa do banco e disser que é um cheque. Ela está costumada a fazer aquilo. Mas isso é muita tarefa para pouco lucro, né? — argumenta, rindo e desanimando os candidatos.

Fonte: O Globo


A Rede Clínica da Hipnose ilustra bem como o mercado anda. Fundado em Curitiba há três anos, o consultório fez tanto sucesso que virou uma rede, desmembrada em dez unidades pelo Brasil, em um ano e meio. Os dois primeiros do Rio devem ser abertos em sistema de franquia neste ano (um deles na Barra, em dois meses). Em três salas de 40 metros quadrados, os hipnólogos formados na escola montada pela rede tratarão das mazelas dos pacientes em cinco sessões, com base em um método criado pelo dono da rede, o hipnoterapeuta Alessandro Baitello. No primeiro encontro, o paciente responde um questionário de 50 perguntas e nos seguintes, o tratamento é continuado com a hipnose. Segundo Baitello, dos cinco mil pacientes cadastrados, 93% obtiveram resultados.

Quem jura, no entanto, que foi Joana D’Arc na outra vida ficará decepcionado em saber que o limite das sessões de regressão se limitam à vida uterina, garantem os especialistas. O psicólogo João Oliveira, que atende em Copacabana, diz que o que acontece com frequência é o paciente imaginar toda uma vida de outra encarnação e descobrir, no final, que aquela persona é uma mistura de um personagem com alguém real, conhecido nos primeiros anos de vida. Para acessar esse passado remoto, Oliveira faz uso de uma cadeira específica que se assemelha a uma poltrona de massagem. À medida que ela vibra e emite luzes que lembram o filme “Laranja mecânica”, o psicólogo guia a viagem com um microfone. Reza a lenda que versões dessas cadeiras eram usadas para moldar supersoldados durante a Segunda Guerra.

Cada conselho (de medicina, odontologia, psicologia e fisioterapia) regulamenta a prática da hipnose em seu próprio campo desde os anos 1990. Apesar disso, não precisa ser profissional para aprender hipnose, nem que seja para dar aquela impressionada nos amigos na noite de sexta-feira (até o WikiHow, braço do Wikipedia, tem um manual de como hipnotizar alguém em 20 passos). O que não deixa de ser perigoso.

O hipnólogo uruguaio Fábio Puentes — que, além de impressionar todo mundo na TV com seu bordão “dorme, dorme, dorme”, ensina voluntariamente auto-hipnose para pacientes com dor do Hospital das Clínicas, em São Paulo — lembra de alguns casos, no mínimo, curiosos, como o do ladrão que hipnotizava caixas de banco na Itália.

— Se eu disser “tire a roupa”, você não vai tirar. Mas se eu disser “você saiu da academia e vai tomar um banho”, o que você acha que acontece? A reação se dá se eu der um guardanapo para a caixa do banco e disser que é um cheque. Ela está costumada a fazer aquilo. Mas isso é muita tarefa para pouco lucro, né? — argumenta, rindo e desanimando os candidatos.

Fonte: O Globo

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Hospitais da França substituem anestesia geral por hipnose

Em busca de método menos invasivo, hospitais franceses trocam anestesia geral por hipnose. Médicos deixam de lado substâncias pesadas e economizam com internação mais curta ao usar estado alterado de consciência para desviar foco da dor no paciente Amanda Lourenço.

“Hoje vamos fazer uma pequena viagem”

Começa o médico Marc Galy no Hospital Saint-Joseph, em Paris. O passeio da vez é em um jardim, mas também poderia ser na praia ou em uma estação de esqui: o destino depende apenas da preferência do interlocutor.

“Imagine que você está no seu jardim, no meio de suas plantas, um lugar confortável e familiar.”

O paciente respira calmamente e responde quando solicitado. A cena não teria nada de especial se estivesse acontecendo na ala de psiquiatria do hospital, mas o doutor Galy é anestesista e seu paciente está prestes a ser submetido a uma cirurgia vascular.

Enquanto isso, a equipe médica, liderada pelo cirurgião Samy Anidjar, se prepara em silêncio para a operação.

“Quando eu começo a conversar com o paciente todo mundo fica quieto”, explica Galy.

Muitas vezes, só de saber que existe alguém por perto disponível para se concentrar nele, o paciente se sente mais protegido:

“As pessoas gostam quando a gente dá atenção a elas”, relata o anestesista.

A prática da hipnose vem ganhando espaço nos centros cirúrgicos da França como uma alternativa menos medicamentosa aos procedimentos anestésicos tradicionais e invasivos. Combinada com a anestesia local, a hipnose pode substituir o uso de substâncias pesadas e, muitas vezes, até mesmo a anestesia geral. Os benefícios são inúmeros: diminuição dos riscos de infecção, melhor cicatrização, pacientes mais calmos e internados por menos tempo. Há também a vantagem econômica, já que, para cada dia a menos de internação em um leito público, os cofres franceses economizam aproximadamente € 1.500 (cerca de R$ 4.800).

No hospital Saint-Joseph, grande parte das cirurgias é feita com hipnose. A equipe de Samy Anidjar já fez mais de 400 operações da carótida com este método — e os resultados têm sido sempre positivos. Especialistas dizem que há pessoas mais resistentes do que outras, mas entre 90% e 95% da população haveria bons candidatos. A contraindicação mais frequente fica com os pacientes com histórico de psicose.

Além disso, as crianças seriam mais suscetíveis ao método da hipnose por causa da facilidade que têm em soltar a imaginação. O hospital infantil Trousseau, também em Paris, inaugurou em outubro deste ano uma nova unidade de cirurgia ambulatorial que utiliza métodos inovadores na ala operatória, como um capacete 3D disponível para as crianças se distraírem, além da substituição da anestesia geral pela hipnose. Até o momento, a hipnose infantil era usada apenas para combater dores no pós-operatório, mas agora está sendo incluída como auxílio em cirurgias viscerais.


Como funciona

A hipnose é um estado alterado de consciência, no qual a atenção do indivíduo é focada em um objeto específico, conduzido pelo hipnotizador. O processo é bem diferente dos clichês que aparecem frequentemente nas salas de cinema.

“A hipnose é simplesmente um corte com a realidade. A pessoa tem que se concentrar em alguma coisa e esquecer todas as outras”

explica Galy a Opera Mundi em uma sala de reunião do hospital Saint-Joseph.

“Na verdade é um processo natural no ser humano. Estamos aqui conversando, você está prestando atenção no que eu estou dizendo, por isso aposto que não percebeu que entrou uma pessoa na sala para pegar algo e que um médico passou pela porta carregando um aparelho enorme”

exemplifica, com precisão, o anestesista.

Além de seu efeito anestésico, o estado hipnótico tem outras utilidades, como o tratamento de fobias e traumas. O especialista usa essa janela da consciência para acessar lugares que seriam mais difíceis com a mente totalmente acordada. Na anestesia, o objetivo é apenas o estado hipnótico por si só, que já é suficiente para desviar o foco da dor.

Desde o século XVIII há registros de práticas médicas semelhantes à hipnose, mas ao longo das décadas sempre oscilou entre um tratamento revolucionário e um método descreditado. Foi apenas nos anos 1980 que voltou com alguma credibilidade na França, graças aos psicanalistas Léon Chertok e François Roustang. A universidade de Liège, cidade localizada no centro do país, começou a experimentar a hipnose como anestésico na década de 1990 e hoje oferece um curso específico sobre a técnica que já formou mais de 420 profissionais de toda a Europa.

Fonte: Pragmatismo

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Programação neurolinguística e hipnose viram “armas” de concurseiros

Ansiedade, estresse, problemas de concentração e memória. A lista de distúrbios circula em meio a concurseiros que passam muitas horas debruçados sobre os livros. Para melhorar o desempenho e o foco, estudantes têm recorrido a técnicas inusitadas, como a hipnose e a programação neurolinguística (PNL).

A psicóloga Miriam Pontes, que trabalha com hipnose há 14 anos, garante que a técnica é uma forma de obter atenção concentrada, mas lembra que a hipnose é contraindicada a pacientes com algumas doenças neurológicas — como os males de Parkinson e Alzheimer. A prática milenar é regulamentada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) há 15 anos e reconhecida como prática médica desde 1999 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) (veja no vídeo acima como é feita a sessão de hipnose).

“A hipnose é considerada uma terapia breve e focal. A sessão custa R$ 180 e demora de 45 a 50 minutos. Para quem estuda, ela pode ter várias utilidades. O candidato geralmente fica muito ansioso, porque são muitas matérias para estudar, desde o dia que sai o edital, até o dia do concurso”;

diz Miriam, acrescentando ainda que o número de sessões vária de cada pessoa em média, segundo ela, com dez sessões já se percebe um melhor aprendizado.

Segundo Miriam, a hipnose pode ser utilizada como um método investigativo ou em tratamento contra males como depressão, ansiedades, fobias, síndrome do pânico, estresse, estresse pós-traumático, tiques, obesidade, tabagismo, dificuldade de aprendizado, transtorno do sono, baixa autoestima, compulsões, estresse, tartamudez (gagueira), doenças psicossomáticas, dores de forma geral, sobretudo enxaquecas.


Dificuldades com OAB

Formada em direito há cinco anos, Thalita Moraes recorreu à hipnose porque teve dificuldades para passar no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Hoje em dia, estuda para ser delegada da Polícia Civil do Rio.

“Eu sempre tive muita dificuldade para me concentrar estudando, dificuldade de ler. Já tinha feito alguns exames da OAB, mas não obtive êxito, sempre ficava por poucas questões. Eu faço tratamento há 2 anos e melhorou muito. Hoje eu tenho muita facilidade para pegar um livro e ficar de 2 a 3 horas lendo.”

A advogada conta que sua rotina de estudos mudou após a hipnose, sobretudo após o almoço.

“Sempre dá aquela canseira, uma estafa, na parte da tarde. A Miriam gravou um áudio e todo dia, depois da refeição, eu deito meia hora, ouço aquela hipnose que ela fez comigo e é como se eu tivesse dormido uma hora. Fico acordada e ao mesmo tempo dormindo. É o que ela chama de sono hipnótico.”


Chances maiores

Alexandre da Silva Martins, de 43 anos, utiliza a hipnose desde 2005 para aumentar suas chances de aprovação em concursos.

“O retorno é muito promissor e gratificante.”

Formado em letras, atualmente ele trabalha como técnico do Ministério Público do Rio de Janeiro e pretende passar em um novo concurso e aumentar sua remuneração.

“Durante a prova consigo ficar mais concentrado, calmo e tranquilo, e menos ansioso. Consigo racionar melhor e corro menos risco de esquecer alguma coisa que eu sei”;

diz Martins.

“Quando a pessoa está hipnotizada ela não perde a sua capacidade de raciocinar. Pelo contrário, ela consegue resolver problemas complexos, fazer improvisos e ainda manter uma capacidade crítica sobre o que lhe está sendo sugerido”,

afirma Miriam.


Programação neurolinguística

Outra novidade nos estudos é o uso da programação neurolinguística (PNL), um sistema de conhecimentos que surgiu na Califórnia, nos Estados Unidos, no início dos anos 70, e que é utilizada até hoje. Ela oferece um modelo que ajuda a entender melhor como o ser humano pensa, age e se comunica, para que cada um seja capaz de identificar e aproveitar suas capacidades para alcançar os resultados que deseja.

O nome “programação neurolinguística” resume os três pontos complexos que são estudados pela disciplina. O “neuro” remete à mente, onde processamos nossas experiências por meio dos cinco sentidos. “Linguística” refere-se à linguagem ou a outras formas de comunicação não verbais. O termo “programação” pode ser entendido como uma comparação entre a mente humana e um computador, segundo a Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística.

“A PNL atua estimulando o cérebro a obter uma sequência eficaz que abrange a organização do pensamento, a capacidade de compreensão da leitura com a retenção do conteúdo e a produção da escrita organizada, através de técnicas específicas, favorecendo o indivíduo a obter êxito em seu aprendizado”;

afirma a fonoaudióloga Mônica Rosa.

Segundo Mônica, a PNL ajuda os candidatos que farão concursos por meio do ensinamento do uso adequado dos sistemas representacionais da linguagem, memória e aprendizagem e uso de mapas mentais. Ela pode ser praticada em um treinamento semanal, de acordo com os objetivos e metas do indivíduo ou realizado de outras maneiras que atendam os padrões específicos de cada pessoa.


Técnicas de oratória

O engenheiro mecânico Alex Dal Pont, de 36 anos, descobriu a PNL quando recorreu às técnicas de oratória para aprimorar suas habilidades de interação e transmissão de conhecimentos.

“Ao internalizar as técnicas PNL, percebi uma maior autoconsciência sobre as emoções e atitudes, permitindo um maior controle. Nas horas em que a ansiedade toma conta, as técnicas ajudam a manter o foco em sua meta e o auto equilíbrio, liberando o potencial para atingir o resultado desejado.”

Já Jennifer Conte Velasco, de 34 anos, ainda busca uma vaga no corpo de oficiais da Marinha.

“Descobri a PNL por indicação de um amigo. Eu não acreditava muito, mas os resultados dele foram tão notórios que decidi tentar. Acho que a principal e mais importante diferença é a melhora significativa na concentração e na organização das ideias. A pessoa fica muito mais focada nos seus objetivos, facilitando o estudo e consequentemente promovendo uma melhora satisfatória no rendimento final.”

Fonte: g1 globo

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O peso está na cabeça? Hipnose facilita o emagrecimento

Que tal mudar o pensamento de maneira indolor e dessa forma, facilitar o processo de emagrecimento, que pode ser bem árduo? Em consultórios, profissionais de psicoterapia usam a hipnose, que trabalha o inconsciente, para ajudar o paciente a mudar sua relação com a comida.

Durante o processo, o neocórtex, responsável pela nossa consciência, é privado das informações fornecidas pelo sistema límbico, que processa a memória e os sinais do corpo — como a dor –, além de controlar reações como fome e prazer. Sem referências, a consciência se torna mais vulnerável às sugestões do hipnotizador.

“É quando o profissional sugere ao paciente mudanças de sensações, percepções, pensamentos e comportamentos que são importantes para ele, de acordo com a queixa”;

explica psicóloga Luciana Kotaka, pós-graduada em Obesidade e Transtornos Alimentares pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e hipnoterapeuta.

O terapeuta pode pedir, por exemplo, que o paciente se veja satisfeito após comer apenas um pedaço de chocolate. Ou que se imagine praticando exercício físico e sentindo prazer com a atividade.

“Todo pensamento leva a um comportamento, que, com a repetição, se torna um hábito. Nós somos produto do que pensamos. A hipnose apenas facilita a mudança de pensamento”;

explica a psicóloga Vânia Calazans, participante do Grupo de Estudos de Hipnose da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

A arquiteta Letícia Abrahão, 32, procurou a hipnose com o objetivo de tratar a ansiedade, que a levava a comer muito, especialmente doces. Ao longo de dez sessões semanais, ela emagreceu 13 quilos.

“Nunca tive problemas para emagrecer, mas sempre recuperava o que tinha perdido. Com o tratamento, consegui me colocar no controle das minhas ações, entendi que sou capaz de me segurar diante da comida. Hoje, eu como com consciência”

Não é milagre

A técnica apenas trata algumas causas do ganho de peso, como a tendência a compensar as emoções na comida. Mas é preciso haver desejo real de mudar aliado à uma boa alimentação e à atividade física regular para fazer os ponteiros da balança caírem.

“A hipnoterapia só funciona em pacientes que estejam motivados e que confiem no hipnoterapeuta. Fora dessas condições, não será bem-sucedida”;

diz o psiquiatra Fernando Portela Câmara, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

“A hipnose fortalece as minhas tomadas de decisão e me deixa mais conectada com os meus propósitos. Eu consigo ter mais foco nos meus objetivos e melhorar a minha autoestima”;


diz a triatleta Luca Glaser, 26 anos, que chegou ao tratamento por indicação da nutricionista e emagreceu cinco quilos em dois meses.

Para alcançar resultados positivos, é fundamental que o paciente continue aplicando o que foi trabalhado na hipnose.

“Se eu uso uma técnica para o paciente ter a sensação de saciedade, por exemplo, ele tem que respeitar o corpo ao perceber que está satisfeito, em todas as refeições. Se a cada vez que for se alimentar ele forçar e comer um pouco mais, todo o trabalho da hipnose será perdido”;

diz a psicóloga.

Como é a sessão?

Não se usa mais pêndulo para hipnotizar alguém. O estado de hipnose é induzido por meio da voz do profissional. As palavras são ditas de forma suave e, quanto mais detalhada a descrição da cena, melhor para prender a atenção do paciente e reduzir o grau de inibição.

Em uma técnica que leva o paciente a se visualizar inserindo um balão de saciedade no estômago, o profissional faz com que a pessoa se transporte mentalmente para um centro cirúrgico, descrevendo sons e cheiros que são comuns nesses locais. O profissional avisa que o balão ocupará uma boa parte do estômago, o que fará o paciente ingerir menos comida do que o habitual. Embora o paciente saiba que aquela cirurgia não é real, uma nova percepção pode ser criada a partir daí, conforme explicam as especialistas.

Uma pessoa hipnotizada não dorme, mas entra em um estado profundo de relaxamento.

“Nós nos auto-hipnotizamos no dia a dia sem nem perceber. Por exemplo, quando chegamos a um destino dirigindo e não sabemos como percorremos o caminho até lá”;

diz Vânia.

Por isso, aquele medo de nunca mais “voltar” de uma sessão de hipnose não faz sentido.

“O paciente não vai para lugar algum, ele está ali mentalmente e fisicamente, o tempo todo”;

diz a psicóloga Adriana de Araújo, autora do livro “Emagreça Sem Medo” (Editora Laços).

A técnica é contraindicada para pacientes obsessivos, pessoas com transtorno de pensamentos paranoicos e estados de confusão mental.

Fonte: Viva Bem Uol

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O que é Hipnose?

A hipnose frequentemente se vê vítima de informações equivocadas não é mesmo? Há até quem pense se tratar de um truque circense usado simplesmente para o entretenimento do público! Mas a verdade é que a hipnose é um mecanismo seríssimo utilizado para tratar uma série de condições, induzindo ao cliente ao estado de transe para resgatar algum tipo de trauma ou acontecimento desencadeador.

Você realmente sabe o que é hipnose?

Muito utilizada para combater distúrbios emocionais, surtos de amnésia, vícios e fobias, a hipnose também ajuda a diminuir o sofrimento de pessoas em estado terminal, em preparação para procedimentos cirúrgicos e até em véspera de vestibular! Quer saber mais sobre essa prática tão versátil?

A história da hipnose

Existem registros pré-históricos de conceitos e práticas semelhantes ao que se entende hoje em dia por hipnose. Mas o nome só foi surgir pela primeira vez graças ao médico James Braid, conhecido por isso, como o pai da hipnose. Com o passar dos anos, a prática foi ganhando terreno e se tornando uma poderosa aliada de certos tipos de tratamentos médicos, tendo sido particularmente importante durante a Guerra Civil Americana, com o objetivo de tratar soldados feridos. Mas aí, com a invenção da anestesia, a hipnose passou a ser cada vez menos usada.

O termo apareceu pela primeira vez em periódicos científicos na década de 1880, após a morte de Braid. Naquela época, o conceito gerou polêmica, chegando até a ter sua prática contestada pela Santa Sé. Na virada do século, a hipnose se tornou o principal tratamento contra a histeria, que se transformou em uma enorme preocupação na época. Depois das Primeira e Segunda Guerras Mundiais, a hipnose virou novamente uma aliada, dessa vez para tratar os traumas sofridos pelos soldados envolvidos nos conflitos.

Atualmente, a hipnose ainda é assunto de muita pesquisa e continua atuando como um valioso mecanismo para resgatar acontecimentos e traumas de pessoas que inconscientemente os bloqueiam. Vale ressaltar que, de lá para cá, o conceito se expandiu substancialmente, tornando-se mais sofisticado ao levar em consideração teorias cognitivas e comportamentais.

Benefícios da hipnose

A hipnose é uma forte aliada de quem busca tratar algum problema ou modificar algum trejeito do seu próprio comportamento. Isso dito, vale ressaltar que ela é particularmente eficaz em tratamentos contra o fumo, em programas de emagrecimento, no combate a dependências e assim por diante. E assim como ocorria no passado, continua sendo uma boa alternativa à anestesia.

Capaz de alterar a própria habilidade de percepção e tornar o indivíduo bem mais aberto a sugestões, a hipnose também atua com competência no combate a transtornos alimentares e na luta contra a obesidade. Casos de fobias sociais ou outras fobias específicas também podem ser muito bem tratadas com a hipnose. Como se vê, trata-se de um mecanismo extremamente competente de terapia do comportamento.

A maioria das pessoas é suscetível à hipnose, mas em níveis diferentes. Assim, cabe ao hipnólogo determinar o quão sujeito ao método é o cérebro do cliente e utilizar os mecanismos certos para atingi-lo, sempre com um objetivo terapêutico.

Por último, mas não menos importante, vale citar que a hipnose também possui excelentes aplicações em tratamentos de estresse pós-traumático, atuando muito bem contra outros distúrbios semelhantes, como crises de ansiedade e problemas para dormir.

O método na prática

Por mais que alguns artistas a usem para impressionar seus públicos, a hipnose definitivamente não é nenhum truque de mágica. É, muito pelo contrário, um artifício utilizado para ajudar vários tipos de pessoas em seus mais profundos níveis de tratamento, constituindo-se em um poderoso aliado da terapia alternativa.

São diversos os níveis de hipnose, alguns perceptíveis até em pequenas ações do dia a dia. Isso ocorre, por exemplo, quando ficamos muito imersos em alguma leitura ou quando nos deixamos hipnotizar por um filme. A prática se manifesta melhor quando o cérebro se dedica totalmente a um elemento, desligando-se de todo o resto. Nesse momento, a hipnose entra para aproveitar essa porta de acesso do cérebro para ajudar de forma eficiente.

Fonte: Hipnose Institute